sexta-feira, 29 de maio de 2009

COMO MANTER O CABELO LINDO DO DIA TODO


Ficar bonita o dia todo é o que todas as mulheres desejam, certo? Mas na correria do dia-a-dia, é complicado parar para se arrumar como gostariam.

Por isso, a primeira providência é se armar com produtos-chave, aqueles que rapidinho transformam o visual.

Por isso segue uma lista de cinco itens fundamentais que toda mulher que quer manter o look o dia todo deve ter sempre a mão. Confira:

1) SECADOR PEQUENO

Tenha sempre um de pequeno porte, que é melhor optar por um leve e fácil de carregar, mas sem esquecer da qualidade.

2) PLANCHA ALISADORA


Elas também já podem ser encontradas em modelos compactos. É mais um dos indispensáveis.

3) POMADA SHINE


Com o passar das horas o cabelo acaba arrepiando e perde o visual natural, por isso é importante ter sempre uma pomada do tipo shine, que dá brilho e diminui o efeito frizz. Antigamente os únicos produtos com a característica “shine” eram as famosas gotinhas de silicone. Hoje, eles já ganharam a adição de substâncias que também cuidam do cabelo. A pomada deixa o cabelo com suavidade maior, mais brilho e permite criar penteados e looks diferentes. “Uma mulher que tenha um corte bem desconectado ou um cabelo com volume vai funcionar muito bem. Agora com cabelo mais finos e oleosos deve-se usar uma pasta mais seca, sem tanta quantidade de produtos oleosos na fórmula, ou usar com moderação.”

4) SPRAY DE BRILHO

Também para diminuir o frizz e deixar o visual mais natural é importante ter sempre por perto um Spray de Brilho. Eles deixam os cabelos hidratados, perfumados e super bonitos.

5) ESCOVA

A escolha da escova ideal para desembaraçar e pentear deve variar de acordo com cada cabelo. Para cabelos lisos, desfiados ou em camadas, cabelos com corte chanel ou corte mais reto a escova raquete dá super certo. Ela sempre funciona melhor com cabelos que tem uma tendência para o liso. Já para os cabelos cacheados ou ondulados a escova média, do tipo redonda.

No geral, a “beauty list” é destinada as mulheres que querem cabelos lisos. Para aquelas que tem cabelos ondulados, a dica é trocar a chapinha por um mousse ou gel suave. A idéia é estilizar o cabelo e dar aquela "amassada" com as mãos antes da festa.


Outra opção para as que não são adeptas da chapinha e tem cabelos mais curtos é bagunçar os fios com uma pomada estilizadora.

Agora é colocar as dicas em prática e se livrar de ter um “bad hair day”.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Algumas dicas na hora da comprar Sapatos


Introdução:

A primeira função dos sapatos é proteger os seus pés e prevenir lesões, mas para que isso aconteça, eles devem ser confortáveis. Sapatos que não servem muito bem, que são muito estreitos muito pequenos ou muito grandes, podem causar desconforto, lesões e até mesmo deformidades permanentes.

Conhecendo os componentes dos sapatos você pode comprar sapatos mais adequados para você e para sua família. Esse encarte descreve as partes de um sapato e como elas afetam o seu pé. Ele também discute considerações especiais relacionadas a sapatos atléticos e a sapatos de trabalho para homens, mulheres e crianças, além de fornecer recomendações para a seleção de sapatos em geral.

Embora o estilo seja freqüentemente uma consideração chave na escolha de sapatos, é a qualidade o mais importante a se levar em conta, ou seja, é a durabilidade da estrutura que irá proteger os seus pés e mante-los confortáveis. No momento da escolha de sapatos, mantenha o princípio básico de conforto em mente: o seu sapato deve se adaptar ao contorno de seus pés e não os seus pés serem forçados a se adaptarem ao formato dos sapatos. Dores, bolhas, calos e, com o tempo, deformidades permanentes podem ser causadas pelo uso contínuo de sapatos que não servem bem.

A Anatomia de um Sapato

Um sapato é composto de partes diferentes. Compreender o básico da construção de um sapato pode ajudá-lo a escolher, inteligentemente, dentre os milhares estilos diferentes existentes.

A "caixa de dedos" é a ponta do sapato, a qual fornece espaço para os dedos dos pés. Ela pode ser arredondada ou pontuda, determinando a quantidade de espaço destinada aos dedos.

A Gáspea é a parte superior do meio do sapato, onde os cadarços normalmente são colocados. Sendo, algumas vezes, utilizado velcro no lugar de cadarços.

A sola consiste em uma sola interna e outra externa. A sola interna está situada dentro do sapato e a externa é aquela que entra em contato com o solo. Quanto mais macia a sola, melhor é a capacidade de absorção de impacto.

O salto é a parte inferior e posterior do sapato, o qual determina a sua elevação. Quanto mais alto for o salto, maior é a pressão exercida na parte da frente do pé.

A fôrma é a parte da sola que se curva levemente próxima à curva do pé para moldar-se a seu formato. Essa curva permite a você distinguir o sapato do pé esquerdo e o sapato do pé direito. Ocasionalmente, um cirurgião ortopedista, pode prescrever um sapato que tenha uma fôrma reta ou reversa para crianças.

O material do qual o sapato é feito pode afetar o conforto e o uso. Materiais macios diminuem a quantidade de pressão que o sapato exerce sobre o pé. Materiais duros podem causar bolhas. Um suporte pode ser usado para endurecer o material ao redor do salto e dar apoio ao pé.


Recomendações Para a Compra de Sapatos

  • Por causa da variação de tamanho que seu pé possa ter peça ao vendedor para medir o comprimento e a largura de ambos os pés.
  • O seu pé aumenta quando está suportando peso, portanto, fique de pé enquanto seus pés estiverem sendo medidos.
  • O seu pé pode inchar durante o dia aumentando de tamanho, portanto meça os seus pés no final do dia.
  • O sapato que você comprar deve servir em seu pé maior. Embora a "caixa de dedos" dever ser bem espaçosa, muito espaço pode permitir que o pé escorregue dentro do sapato, possivelmente causando bolhas e lesões.
  • Sapatos devem servir cuidadosamente bem em seus dedos, bem como no calcanhar. Certifique-se que o seu calcanhar não saia, escapando da parte traseira do sapato.
  • Caminhe com o sapato para ter certeza de que o sapato é confortável.
  • Não escolha o sapato somente pelo número. O número 40, por exemplo, em uma marca ou estilo, pode ser maior ou menor do que um sapato de tamanho 40 de outra marca ou estilo. Compre somente sapatos que lhe sirvam bem.
  • Selecione um sapato que se ajuste ao formato de seu pé.
  • Tire medidas de seus pés regularmente, eles podem crescer a medida que você envelhece.
  • Se o sapato estiver muito apertado não o compre. Não existe tal coisa como "tempo para amaciar". Com o tempo o pé pode fazer com que o sapato aumente de tamanho, mas esse processo pode causar dor e danos ao pé.
  • Se um de seus pés for consideravelmente maior do que o outro, uma sola interna (palmilha) pode ser colocada no sapato do pé menor.
  • Sapatos da moda podem ser confortáveis também.

Sapatos para Crianças

As crianças não precisam de sapatos até que elas comecem a caminhar, geralmente até os 12 ou 15 meses de idade. Até então, meias ou sapatinhos de lã são o suficiente para proteger e manter aquecidos os pés de uma criança que engatinha. Quando o seu filho começar a levantar e a caminhar os sapatos são uma proteção excelente. Após seu filho começar a usar sapatos, não há nada de errado em deixá-lo andar de pés descalços em ambientes fechados.

Uma boa hora para comprar o primeiro par de sapatos para seu filho é quando ele começa a ficar em pé e a caminhar. Lojas especializadas em sapatos infantis podem oferecer um amplo número de opções de tamanhos e estilos e certificar-se de que o sapato é apropriado, serve bem e é confortável.

Nunca force o pé de seu filho para servir em um par de sapatos.

Um sapato macio, flexível e com bastante espaço, como um tênis, é um sapato apropriado para crianças de todas as idades. A "caixa de dedos" deve proporcionar espaço suficiente para o crescimento, e ser larga o bastante para permitir o movimento dos dedos ( o tamanho de um dedo extra no comprimento do sapato fará com que esse geralmente sirva por um período em torno de 3 a 6 meses, dependendo da idade e das taxas de crescimento dessa criança ).

Se uma criança remove o seu sapato freqüentemente pode ser que eles estejam desconfortáveis. Verifique periodicamente os pés de seu filho a procura de sinais de aperto (pressão do sapato), bolhas ou calos. Meça os dedos de sua criança periodicamente para determinar se eles cresceram e, consequentemente, se já é hora de usar um tamanho maior de sapato.

Lembre-se de que o primeiro objetivo dos sapatos é proteger seus pés contra lesões. Sapatos geralmente corrigem as deformidades no pé de crianças ou mudam os padrões de crescimento. Cirurgia, moldes imobilizadores ou talas podem ser utilizados se a deformidade for séria. Se você perceber algum problema, leve seu filho para fazer um exame com um cirurgião ortopedista.

Sapatos com cano longo, por serem amarrados acima do calcanhar, são recomendados para jovens crianças que possam ter problemas em manterem seus sapatos no pé. Ao contrário do que se acredita, sapatos de cano longo não oferecem nenhuma vantagem, em termos de suporte para o pé ou tornozelo, sobre sapatos de cano baixo.


Sapatos Masculinos

A maioria dos sapatos masculinos ajusta-se ao formato do pé e possuem uma "caixa de dedos" com espaço suficiente, horizontal e vertical e saltos baixos ( geralmente 1,25 cm de altura). Solados feitos com materiais duros como couro, ou materiais macios como crepe, podem ambos ser usados, mas solas mais macia tendem a ser mais confortáveis. Se você permanecer em pé por períodos longos, sapatos com solas macias e flexíveis irão proteger seus pés e ajudar a mantê-los confortáveis.


Sapatos Femininos

Sapatos com salto baixo ( menor do que 2,5 cm ou 1 polegada ) com uma "caixa de dedos" larga são ideais para mulheres. Uma caixa ampla que possa acomodar a parte frontal do pé é tão importante quanto o salto, para determinar se o sapato serve bem.

Sapatos com salto alto e "caixa de dedos" pontuda, podem causar inúmeros problemas ortopédicos, lesões e desconforto a seus dedos, tornozelos, joelhos, barriga da perna e costas. A maioria dos sapatos de salto é pontudos, estreitos e apertam os dedos, forçando-os a ficarem em uma posição triangular não natural. Esse tipo de sapato distribui o peso do corpo desigualmente colocando muito estresse sobre a planta frontal do pé. Essa distribuição irregular de peso, junto com uma "caixa de dedos" estreita, o que é comum a maioria dos sapatos de salto alto, podem levar ao desconforto, dedos em martelo, joanetes doloridos e outras deformidades.

A altura do salto faz uma grande diferença na pressão que é aplicada na planta do pé. À medida que a altura do salto aumenta, a pressão sobre a parte frontal do pé pode dobrar, aplicando uma força dobrada na parte frontal do pé que é forçada para dentro da estreita ponta do sapato.

Até mesmo sapatos com saltos baixos podem causar problemas se não servirem corretamente. Anos usando sapatos pequenos podem levar a deformidade permanente.

Sapatos de Trabalho

Esses tipos de sapatos também estão disponíveis com várias características dependendo da ocupação do usuário. Botas feitas com couro grosso e com "caixas de dedos" de aço podem ser usadas para proteger os pés contra lesões. Botas com diferentes graus de tração também estão disponíveis.

Sapatos Atléticos -

O objetivo de sapatos esportivos é proteger o seu pé contra o estresse específico encontrado no esporte praticado e dar maior tração ao praticante. Um tênis de corrida é desenhado de forma diferente de um tênis de aeróbica, por exemplo. As diferenças no modelo e na variação de materiais, peso, características de atamento e outros fatores dos sapatos atléticos, são criadas para proteger as áreas de seu pé que sofrem uma maior pressão.

O ingrediente-chave em um sapato esportivo é o conforto. Se ele for confortável e servir bem, as bolhas e outras irritações de pele serão reduzidas.

terça-feira, 26 de maio de 2009

HISTORICO DO TECIDO E FIBRAS TEXTEIS


HISTÓRICO


Embora não se saiba exatamente em que ponto e quando, parece fora de dúvida que a indústria têxtil nasceu no Oriente. O fato de terem sido os chineses os primeiros a cultivar o bicho-da-seda, aliado às descobertas arqueológicas que revelam a existência de remotas plantações de algodão nos vales da Índia confirmam essa hipótese. Por outro lado, entretanto, não se pode assegurar que os primeiros tecidos de seda tenham sido fabricados na China. Tal dedução, a rigor, pertence à esfera da lenda, e não à verdade dos fatos. O que se sabe com segurança é que as mais antigas sedas chinesas datam séc. I A.C., período em que floresceu a dinastia Han. Influenciados pela tradição, esses tecidos exibiam desenhos representativos do gosto popular, como dragões, pássaros e animais. nível de feitura nos tempos da Dinastia Ming (séc. XVI).


Com a chegada dos portugueses, em 1514, teve início uma nova era na tecelagem chinesa, que se impôs definitivamente na Europa. Países como Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda começaram a importar em larga escala os produtos têxteis chineses, que com seus dragões, tornaram-se então muito comum no ocidente.
Ainda no Extremo Oriente, muito se desenvolveu a estamparia têxtil em terras japonesas.
Graças sobretudo aos artesãos chineses que aí se estabeleceram nos primeiros séculos da Era Cristã.
Por volta do III milênio A.C. já eram fabricados na Índia os primeiros tecidos de algodão denominados sindhu pelos babilônios e sindon pelos gregos.
No Egito (1.500 A.C.) e na Criméia, então colônia Grega, os tecidos de linho alcançaram notável apuro técnico, chegando mesmo a incluir grande variedade de motivos impressos, como figuras de cavaleiros, animais, deusas, pássaros, flores, guerreiros e muitos outros.

Já os tecidos de seda surgiram na Pérsia em pleno florescimento da Dinastia Sassâmida (séc. III a VII).
O Império Bizantino conheceu os primeiros tecidos de seda no sec IV A.C., mas a indústria têxtil somente se desenvolveria nos tempos de Justiniano (527-565).
Em algumas regiões da Europa o domínio mouro, trouxe a vantagem de introduzir o gosto pela arte têxtil, assim no séc X, apareciam na Sicília os primeiros tecidos de seda.
Aproveitando o solo e o clima favoráveis, a indústria têxtil italiana, embora influenciada pela arte oriental, desenvolveu-se e tornou-se o principal centro tecelão da Europa. No século XVII, as cidades de Tours e Lion, na França passam a deter este poder.
No século XVIII, a Inglaterra passou a deter o prestígio internacional para sua indústria têxtil.

Antes de citar o século XX, vale lembrar o destaque da arte têxtil, dos turcos, graças principalmente, ao renascimento artístico persa durante a Dinastia Safárida (XVI e XVIII).
No século XX, o domínio no setor da indústria têxtil passou para os Estado Unidos. Um fato relevante nessa conquista foi o trabalho escravo, utilizado na colheita de algodão , principalmente no Estado da Georgia.






    CONCEITOS E PRINCÍPIOS TECNOLÓGICOS BÁSICOS


    FIBRA TÊXTIL

    A- FIBRA TÊXTIL NATURAL
    1 FIBRA TÊXTIL NATURAL DE ORIGEM ANIMAL
    2 FIBRA TÊXTIL NATURAL DE ORIGEM VEGETAL
    3 FIBRA TÊXTIL NATURAL DE ORIGEM MINERAL

    B- FIBRA TÊXTIL QUÍMICA

    1 FIBRA TÊXTIL QUÍMICA SINTÉTICA
    2 FIBRA TÊXTIL QUÍMICA ARTIFICIAL

    FIBRA TÊXTIL

    Substrato natural ou químico, constituído por macromoléculas lineares cuja característica é a alta proporção entre seu comprimento e diâmetro, estando apto às aplicações têxteis.
    As fibras têxteis podem ser divididas em três tipos básicos:

    A- FIBRA TÊXTIL NATURAL. É fornecida pela natureza. O homem por sua vez se encarrega da extração e beneficiamento.

    A1.FIBRA TÊXTIL NATURAL DE ORIGEM ANIMAL
    Matéria extraída dos animais. Exemplos: seda, lã , camurça. Claro que todas as peles de animais podem entrar nessa classificação inclusive couro, muitas delas usados em decoração e mais especificamente em revestimento de móveis.
    Um detalhe importante os tecidos imitando desenho de peles de animais são uma tendência no estilo de decorar que veio para ficar.Esses tecidos podem ser em algodão, em lona. Também é uma tendência imitar a textura desses animais, como faz a camurça sintética. Estampas de zebras, camurça, pele de cobra, pele de elefante, onças (todos falsos ou "fakes" como querem as editoras de moda das revistas internacionais).
    - camurça sintética imita textura da camurça / Zebras, cobra são tecidos de algodão estampados com o desenho da pele.
    - cashmere das cabras, angorá dos coelhos, alpaca, da vicunha da lhama e camelos
    .

    A2. FIBRA TÊXTIL NATURAL DE ORIGEM VEGETAL
    Aqui a matéria prima e extraída das plantas. Hoje este campo é vasto em novos materiais. Os mais comuns são os tecidos de algodão.Outros exemplos de tecidos vegetais são o linho, rami, cânhamo; bordado, juta, sisal, paineira, coco.
    O Algodão e a paina, vêm da sementes.Linho e rami, extraídas dos talos. Cânhamo, sisal e juta são provenientes das folhas.A fibra do coco, que é retirada do próprio fruto.

    A3. FIBRA TÊXTIL NATURAL DE ORIGEM MINERAL
    Amianto- extraída do mineral asbesto(tecido utilizado como isolante térmico ou antichama) .Lembrar da luva de forno


    B-FIBRA TÊXTIL QUÍMICA

    B1 FIBRA TÊXTIL QUÍMICA SINTÉTICA
    São fibras obtidas através de artifícios químicos (artificiais) ou síntese químicas (sintéticas)
    As fibras sintéticas são sintetizadas a partir do petróleo, sendo as mais usuais:poliéster (tergal),polipropileno,a poliamida (nylon),acrílico (dracon),elastano (lycra).

    B2 FIBRA TÊXTIL QUÍMICA ARTIFICIAL
    É obtida através de transformação de uma base natural, utilizando-se artifícios físico-químicos. As fibras artificiais mais conhecidas são viscose, o rayon, acetato e triacetato.


FIOS E TECELAGEM

A partir manipulação das fibras são produzidos os fios. A fiação deve ser muito bem feita. Ela será responsável, junto com a qualidade das fibras e com o entrelaçamento adequado dos fios, pela maior ou menor resistência do tecidos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DAS FIBRAS TÊXTEIS

Hidrofilidade propriedade que certas fibras apresentam de absorver e reter água(presentes em fibras têxteis naturais).


Hidrofobilidade propriedade que certas fibras apresentam de absorver água lentamente ou até repeli-la. Esta característica, normalmente provoca uma sensação de desconforto. As fibras sintéticas geralmente possuem essa características.

Finura refere-se ao diâmetro ou espessura da fibra, geralmente expressa em micra, quanto mais fina for a fibra, mais agradável será o toque que elas produzirão, nesta classe se destacam as microfibras.
Elasticidade propriedade na qual as fibras, após sofrerem uma força de tração se alongam e retornam ao seu estado inicial após a retirada da carga deformante.
Resistência propriedade que certas fibra apresentam de voltar ao estado original após a aplicação de uma carga transversal deformante. (amarrotamento)
Toque característica de conforto que certas fibra apresentam quando estão em contato com a pele.

Comportamento
frente aos produtos químicos: conjunto de propriedades onde se verifica o comportamento da fibra quando expostas a ácidos, álcool e solventes orgânicos.

Desgaste frente a ação mecânica: comportamento das fibras frente a ação de agentes mecânicos.


OS TECIDOS

I) TECIDO PLANO OU CALA
II) TECIDO JACQUARD
III) TECIDO DE VELUDO

I) TECIDO PLANO OU CALA - O Tear só produz desenhos retilíneos
Os fios são colocado no tear e entrelaçados em um ângulo reto, um a um, num ato conhecido como tecer.No sentido do comprimento do tecido correm os fios do urdume. E no sentido da largura, passam os fios da trama. Desse cruzamento o tecido ganha forma e consistência podendo variar de textura.

II) TECIDO JACQUARD
São tecidos fabricados em um tear que proporciona a evolução independentemente dos fio do urdume, de maneira a constituir as mais variados tipos de ligamentos, com os mais belos desenhos.
Hoje em dia, podemos dizer, que não há praticamente padrão algum impossível de se fabricar em um tear, desde as mais simples telas as mais complicadas.
O tecido obtido em um tear jacquard pode se enquadrar dentro da categoria de tecidos especiais, por apresentar como característica principal: o recurso de evoluir os fios do urdume individualmente, sendo que quando maior for o padrão que tivermos, maior será também o seu valor comercial.
Obtém-se uma maior ou menor resistência a abrasão atilde;o no tecido confeccionando-se o mesmo com fios (diâmetro do fio) mais grossos ou fios de títulos mais finos, no sentido de trama e urdume, devendo-se levar em conta também o tipo de fibra utilizada.
Até a criação do jacquard (um acessório, maquininha) para teares mecânicos, inventada por Joseph-Marie Jacquard (1752-1834), não era possível produzir nos teares fios com curvas. (os chamados desenhos curvilíneos).
Com este mecanismo inventado no século XIX, os teares passam a tecer estampas mais complexas. Esse processo é utilizado até nos dias atuais, com o auxílio dos recursos da informática. A repetição dos desenhos que até há pouco limitava-se a 32 cm,. Hoje com o tear quádruplo é possível 74 cm.

III) TECIDOS DE VELUDO
É um tecido de origem antiga criado na Índia, nos séculos X e XV era fabricado exclusivamente na Itália. Apresenta no seu lado direito um aspecto peludo, macio e brilhante. Estes pelos são curtos, muito densos e se mantém em pé fazendo parte da estrutura do tecido.
Inicialmente a tecelagem era efetuada na forma de bucles (felpa) que são posteriormente navalhadas. Esse processo torna o produto com seu valor comercial numa faixa intermediária entre o tecido plano e o jacquard.

    TIPOS DE TECIDOS
    Para maior compreensão da lista de tecidos, vamos classifica-lo, em três categorias, observando a seguinte legenda.

    P ® Tecidos Planos (conforme explicações anteriores)
    J ® Tecidos Jacquard (conforme explicações anteriores)
    V ® Tecidos tipo Veludo (Conforme explicações anteriores)

J/P/V - ALGODÃO: o mais usado é importante filamento natural proveniente da fibra vegetal que envolve a semente da planta do algodão. A sua cor varia do bege-claro ao mais escuro.

J - ADAMASCADOS: seu nome deriva de Damasco, capital da Síria, onde foi encontrado originalmente.A composição pode ser seda, linho ,algodão, rayon, poliéster, viscose lavrado em motivos florais ou geométricos ou qualquer tipo de relevo, como tecidos que chamamos que matelassé.

J - BROCADO: rico tecido de seda com desenhos em damasco em relevo realçado por fios de ouro e/ou de prata.

J - CASHEMERE: tecido em pelo macio e fino retirado da cabra. Hoje feito também em lã ou acrílico ( material sintético). A padronagem é em forma de gotinha.

P - CETIM: tecido originário da cidade de Tsenthung, em árabe Zaitum, porto chinês de onde era exportado durante a Idade Média. Sedoso e brilhante, esse tecido pode ser feito de seda ou de fibras sintéticas e algodão.

P/M - CHAMALOTE: o termo vem do francês arcaico chamelote ( camelo). O posição do fio produz um efeito ondeado.

P - CHINTZ: tecido de algodão, firme e brilhante, que pode ser tingido ou estampado. Normalmente é utilizado na decoração.

J - CHEVROM: qualquer tecido que apresente como desenho o aspecto espinha-de- peixe.

P/M - CREPE: existe uma grande variedade de tais tecidos. As características principais são o aspecto granulado (granité), toque áspero, opaco e muita fluidez. Os crepes figuram tanto nas criações de pret-á-porter como na alta-costura ( Chanel sempre os empregou em suas criações). Muito utilizado em cortinas e estofamento.

P - CREPOM: tecido em fibras naturais com aspecto enrugado. O conhecido "Ana ruga".

P - CÔCO RALADO o fio fantasia é o que dá o relevo.

J/P - JEANS: nome inglês de tecido de algodão com desenho sarja e peso elevado para calças e macacões. O mesmo que denim, canvas, zuarte.

P - LONA: tecido de algodão com fio mais grosso.

P - PETIT POIS: tecido com bolinhas.

P - POPELINE: tecido de trama singela em algodão.

P/M - PRÍNCIPE DE GALLES: tecido masculino com madras.

P - SEDA: obtida da secreção de certas lagartas, sendo a principal, o bicho de seda -tipo de fibra.

P - SHANTUNG: tecidos de fio de seda, rayon ou algodão com textura irregular com nome derivado de cidade Chan-Tung, na China.

P - PANAMÁ: gorgorão bastante fino.

P - VOIL: tecido leve e com transparência utilizado em cortinas

P - XADREZ:


TECIDOS E SUAS UTILIDADES NA DECORAÇÃO

Os tecidos podem ser usados na decoração com 4 finalidades básicas:

    1. Cortinas
    2. Revestimento de móveis
    3. Revestimento de paredes
    4. Confecção de acessórios (edredrons, mantas, almofadas, necessaires, rolos, bolsas, cúpulas, mesas vestidas)

TRATAMENTOS DE TECIDOS
Os tecidos podem sofrer alguns processos em duas etapas distintas: Industrial e Consumidor.

INDUSTRIAL

Coenização duplagem do tecido para aumentar a resistência.

Mercerização reação química feita no tecido de algodão, com soda cáustica. Deixa mais limpo brilhante e com pouca tendência ao encolhimento.

Calandragem processo físico em que o tecido passa entre dois cilindros, para acomodar os fios e evitar que as fibras se soltem. Se um dos rolos for quente, dará também brilho ao tecido.

Chamuscagem processo físico, através de máquina para eliminar as fibras soltas, evitando que elas formem bolinhas (pelling).

Texturização processo físico para dar maior elasticidade ao fio, mais diminuiu seu brilho natural.

Gaufrée o tecido passa entre dois cilindros quentes e gravados para ganhar relevo.

Ciré
acabamento feito com uma calandra, destinado a dar um aspecto muito brilhante ao tecido.

Estampa transfer
estampa transferida para o tecido através de um molde de papel, só pode ser realizado em fibras de poliester.

Emborrachamento:
resina aplicada no tecido. Muda seu aspecto, deixando-o similar a borracha, facilitando a limpeza. Não é indicado para tecidos em relevo e trama muito aberta.


CONSUMIDOR

Emborrachamento resina aplicada no tecido. Muda seu aspecto, deixando-o similar a borracha, facilitando a limpeza. Não é indicado para tecidos em relevo e trama muito aberta.

Resinagem: além das técnicas de impermeabilização e emborrachamento, existem resinas com diversas aplicações, entre elas: antichamas, black out, antifungo.

Impermeabilização: resina pulverizada em todo tipo de tecido. Sem mudar suas características,torna-se resistente a líquidos e manchas. (Teflon e Scoth-Gard).


HISTORIA DA MODA - DECADA DE 80


ANOS 80

AS ENGRENAGENS DA MODA

OU

A DÉCADA PERDIDA

A História costuma ser uma rica fonte de inspiração para a moda. Muitas coleções reinventaram roupas e cortes do passado, restaurando estilos, recuperando tradições. Hoje, vemos a moda se debruçar sobre sua própria história, recriando tendências de um passado bem recente.

Na última São Paulo Fashion Week, Alexandre Herchcovitch trouxe referências dos anos 50 na sua coleção com cara de "Bonequinha de Luxo" e a Cavalera, a Londres dos anos 60.
Já a Triton, André Lima e Ricardo Almeida, no Brasil, e Dolce & Gabanna e Gucci, na Itália, fizeram interessantes releituras dos anos 80 em algumas de suas mais recentes coleções.

Claro, recordar é viver, e nós, que ainda nem tínhamos nascido em 1950 e éramos ainda bebês ou simples criancinhas nos 60, resolvemos mergulhar de cabeça na década de 80, quando já podíamos nos considerar participantes desta história.
Passados já 20 anos da "new wave", do surgimento dos yuppies (young urban professionals), da geração saúde e da febre da ginástica aeróbica, devemos agora fazer uma ressalva: nem tudo nos anos 80 foi um mar de rosas, por isso, vamos procurar submeter nossas lembranças ao filtro da memória, trazendo de volta apenas o que ainda parecer significativo aos nossos dias.

Para os economistas, os anos 80 no Brasil são considerados a "década perdida". Paradoxalmente, as roupas procuraram expressar justamente o contrário: alegre, esportiva, versátil, divertida e ao mesmo tempo, sofisticada, sensual e ousada, reflexo, talvez, da abertura democrática.
A ambiguidade foi um traço marcante desta moda: estampas de oncinha, cores cítricas, ombros largos, pernas longas, cortes de cabelo assimétricos e acessórios "fake" conviviam com discretos tailleurs e com roupas de moletom e cotton-lycra recém-saídas das academias.

O surgimento de novos tecidos, como o stretch, dava um ar futurista às roupas, mas, ao mesmo tempo, muitas de nós voltaram ao armário da vovó, promovendo a onda dos brechós.
Tudo é experimentação, inovação e transformação. Até na alta-costura, em que se destacaram Christian Lacroix, Karl Lagerfeld e Jean Paul Gaultier, com suas criações arrojadas, tudo era meio barroco, exuberante e dramático.

O outro lado da moeda foram os estilistas japoneses - Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo - com roupas de uma simplicidade lírica e desconcertante perto de tanto exagero.
Já o estilista italiano Giorgio Armani, que em 1981 lançou a sua grife Emporio Armani, garantiu com seus cortes sóbrios e impecáveis a elegância de homens e mulheres de negócios nos anos vindouros.

No universo musical, uma infinidade de bandas surgiram na década, com as mais diversas tendências: new romantics, darks, góticos, metaleiros e rastafaris. Ao contrário das passarelas, o tom da música pop era mais melancólico, representado por bandas como Joy Division, Echo and The Bunnyman, The Smiths e The Cure, entre outras.
A música, assim como o cinema, foi um importante meio para a difusão das modas, especialmente pela transmissão dos videoclipes, unindo o som à imagem. Filmes como "Blade Runner" (1982) reafirmaram e divulgaram algumas das tendências mais fortes da moda, servindo também de trampolim para astros da música, como Madonna em "Procura-se Susan Desesperadamente" (1985).
A afirmação da idéia da imagem como meio de comunicação se cristalizou nos 80, quando o corpo se tornou uma vitrine de tudo o que viesse à própria cabeça. A partir de então, quando alguém nos perguntava a respeito de moda, o que começamos a responder foi: "sou eu que faço a minha moda".

Este conceito está presente até hoje, na costumização-mania, na mistura de estilos e até na própria negação da moda enquanto norma, presente em movimentos como o "grunge", no início dos anos 90.
A releitura de antigos clichês, a exploração das ambiguidades, a reflexão sobre conceitos como bom gosto e mau gosto, assim como a mistura de tendências a partir dos anos 80, provaram que todos os limites são relativos e que a moda não é mais que a projeção de nossos sonhos, idéias e aspirações, e que, afinal, tudo é mesmo possível no mundo da criação.

QUEM NÃO SE LEMBRA?

-Calça baggy e semi-baggy
-Sandália de plástico (Melissinhas em geral)
-Ombreiras (tinha até sutiã de ombreira)
-Manga morcego
-Saia balonê
-Legging
-Batom 24 horas (não saía da boca nem com sabão)
-Scarpin
-Cores ácidas
-Mochilas e carteiras emborrachadas
-Tule no cabelo
-Faixas na testa
-Gola canoa
-Gel "New Wave"
-Polainas
-Walkman Sony amarelo
-Atari
-Pastilhas Supra-Sumo
-Balas Soft
-Cubo Mágico
-Mobilete
-Lolo (atual Milkybar)
-Cabelos assimétricos
-Rock in Rio
-Tênis iate (tinha um da OP quadriculado que era uma febre)
-Tênis All Star (de todas as cores imagináveis)
-Falcon
-Susi
-Genius
-Caloi Ceci e Caloi 10
-kichute
-Acquaplay
-Geleka
-Hello Kitty
-Coleção Moranguinho
-Fofoletes
-Franja repicada
-Luminárias de neon
-"Feliz Ano Velho" (o livro)
-"Blade Runner"
-"Top Gun - Ases Indomáveis"
-"Procura-se Susan -Desesperadamente"
-"E.T."
-"9 1/2 Semanas de Amor"
-"Armação Ilimitada"
-"Miami Vice"
-Chacrinha
-"De Volta Para o Futuro"

-Kim Bassinger-Madonna
-Menudo
-Cindy Lauper
-Michael Jackson
-Lady Di
-Duran Duran
-U2
-Depeche Mode
-New Order
-Pet Shop Boys
-Information Society
-A-Ha
-The Smiths
-Prince
-B52
-Falco
-The Cult
-Billy Idol
-Noel
-Man at Work
-Fred Mercury (no Queen)
-George Michael (no Wham!)
-The Police
-Barão Vermelho (com Cazuza)
-The Cure
-Simple Minds
-Dire Straits
-Lionel Richie
-Bryan Ferry
-Steve Wonder
-Daryl Hanna
-Nastassja Kinski
-Isabelle Adjani
-Ultraje a Rigor
-RPM
-Magazine
-Kid Abelha e os Abóboras Selvagens
-Gang 90
-Guilherme Arantes
-Sempre Livre
-Metrô
-Ritchie
-Lobão
-Titãs
-Roupa Nova
-Viúva Porcina
-Xuxa
-A Turma do Balão Mágico
-He-Man

HISTORIA DA MODA - DECADA DE 70


ANOS 70

A MODA CONCILIA CONTRASTES

A história não costuma se restringir a limites de tempo/espaço muito rígidos. Assim, é difícil dizermos exatamente quando e onde começaram os ditos anos 70. Talvez em 68, 69, 70 ou até mesmo em 71.
Os anos 70 começam quando terminam os anos 60. E isto pode ter sido em maio de 68, em Paris, durante a primavera de Praga, ou quem sabe, em agosto de 69, em Woodstock, quando Jimmy Hendrix mesclou o hino dos EUA com o som das bombas que explodiam no Vietnã.
Mas podemos afirmar com certeza que quando Lennon disse "O Sonho Acabou" [em 1970, com a dissolução dos Beatles], já estávamos nos anos 70. Assim, podemos combinar, cá entre nós, que a década começou no momento em que perdeu-se a inocência e a crença nos ícones e bandeiras dos 60.

Este foi um processo lento. Colaboraram para ele o assassinato da atriz Sharon Tate por um grupo de fanáticos liderado por Charles Manson em 1969, as mortes de Jimmy Hendrix e Janis Joplin em 1970, de Jim Morrison em 1971 e até a chegada solitária do homem à Lua em 1969, imagem célebre que coroou não só o fim de uma década mas, principalmente, o início de outra.

Não podemos afirmar que o início dos anos 70 tenha sido o fim da revolução lançada pelas enormes conquistas dos anos 50 e 60. Ao contrário, assistimos muitas vezes ao aprofundamento desses avanços. No Brasil, por exemplo, muitos jovens idealistas radicalizaram a sua luta política ingressando na clandestinidade para combater o regime militar. O feminismo conseguiu grandes avanços diminuindo a desigualdade entre homens e mulheres. Também ganharam força a defesa dos direitos das minorias, a luta contra o racismo, o combate à censura etc.

O que mudou, afinal, foram as formas de manifestação e expressão que acabaram se tornando mais sutis, menos ingênuas, e até mais debochadas. Fomos nos tornando mais cínicos à medida que as autoridades se tornaram mais repressoras. Aprendemos assim a escrever nas entrelinhas, a deixar o dito pelo não-dito, ou, nas palavras do poeta e compositor tropicalista, morto em 1972, Torquato Neto, começamos a "ocupar espaço, amigo, eu digo: brechas (...) Eu acredito firme que sem malandragem não há salvação".

A moda, por sua vez, continuou revolucionária com muita experimentação de materiais, cores, formas e texturas. A estética hippie ganhou espaço com a psicodelia e atingiu o mainstream. Era a vez do o hippie-chic com as estampas multicoloridas de Pucci e os tecidos de estilo cashmere das roupas indianas. As indefectíveis calças boca-de-sino com sapatos plataforma instituíram o unissex na moda e a minissaia [lançada nos anos 60] ainda marcou presença no início dos 70, desaparecendo inexplicavelmente até o começo da década seguinte, quando voltou para ficar.


No início dos anos 70, surgiu a onda glitter: a nova moda futurista, andrógina, metálica e espacial sintetizada na figura camaleônica do roqueiro David Bowie.

O hedonismo dos festivais de rock ao ar livre, a celebração da vida alternativa, do amor livre, das drogas, do "flower power", foi cedendo espaço para a individualização, para o culto ao prazer e para o sexo casual em espaços fechados - as discotecas.

Neste momento, Andy Wahrol proclama: "no futuro todos serão famosos por 15 minutos". Assim, cada um de nós, simples mortais, começamos a correr atrás dos nossos 15 minutos, "travolteando" nos embalos de sábado à noite.

Por outro lado, o rock progressivo com influência da música erudita foi se afastando das raízes originais do estilo tornando-se cada vez mais elaborado.

Em meados da década, porém, a superficialidade disco e a afetação dos concertos orquestrais de rock começaram a incomodar os inconformistas de plantão. A reação a este estado de coisas não demorou. E veio com tudo: o movimento punk. Até hoje não se fez jus à verdadeira importância da revolução punk, e sua contribuição cultural ainda não foi devidamente considerada e reconhecida.
O punk foi simultaneamente a resposta à frivolidade disco, à ingenuidade hippie e ao rebuscamento do rock progressivo.À dúvida dos anos 70, herdada dos 60, "ficar à margem do sistema ou integrar-se ao sistema", os punks responderam: nem uma coisa nem outra. A nova proposta era destruir o sistema, substituindo a velha ordem hipócrita, injusta e desigual por uma sociedade mais verdadeira e honesta.

Não é por acaso que o movimento eclodiu em bairros operários dos subúrbios da Inglaterra. Era lá que a crise econômica estava mais brava e era lá também que a mentalidade pequeno-burguesa era mais conservadora.

Mas os punks defendiam também o direito à diversão, à liberdade, à alegria simples e genuína de uma música de três acordes falando da vida comum de pessoas comuns.E assim, para concluir, qual foi afinal, o legado dos anos 70? Talvez seja luta pela liberdade de expressão em todas as suas dimensões. A luta pelo fim da censura, pela igualdade de condições e oportunidades para homens e mulheres, pela liberdade de opção sexual, liberdade para criar sua própria moda com o "faça você mesmo", liberdade para dançar como quiser - "dance bem, dance mal, dance sem parar"...
Até hoje, a década é uma referência para os criadores de moda, que se inspiram nas múltiplas tendências dos anos 70: hippie, glitter, disco, punk e até a moda engajada, que, ironicamente, chegou a adotar o estilo militar nas roupas.
Por isso, para o Brasil pelo menos, talvez os anos 70 não tenham terminado em 1979, mas um pouco depois, com a luta pela abertura política, com a luta pelas "Diretas Já" em 1984, com o amadurecimento de uma produção cultural de peso no cinema, na música, na televisão, ou até mesmo, em 1982, com a derrota da Seleção Brasileira na Copa, doze anos depois da conquista do tri.
E hoje, mais de trinta anos depois do "Concerto para Bangladesh" [primeiro show beneficente do rock feito em prol dos refugiados de Bangladesh e idealizado pelo ex-beatle George Harrison] assistimos a inúmeras iniciativas semelhantes, o amadurecimento das ONGs (Organizações Não Governamentais) e o surgimento de uma mentalidade mais solidária, provando que foi possível conservar o legado idealista da década de 60 através dos conturbados anos do fim do século 20 até estes não menos confusos primeiros dias do século 21.

HISTORIA DA MODA - DECADA DE 60


ANOS 60

OS JOVENS EXIGEM MUDANÇAS

Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.
A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.

Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade "On the Road" [título do livro do beatnik Jack Keurouac, de 1957] da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final da década.
Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.

Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.
Algumas personalidades de características diferentes, como as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.

Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". Não há dúvidas de que passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes [estilo safári], foram atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.
O sucesso de Quant abriu caminho para outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico [que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam] ou geométrico e o romântico.

Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas.
As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.

O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966].
A alta-costura cada vez mais perdia terreno e, entre 1966 e 1967, o número de maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Consciente dessa realidade, Saint Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.

Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções, a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. Afinal, estavam lá, o grande fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles, e as inglesinhas emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais tarde foram para a famosa King's Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita música e atitude jovens.
Nesse contexto, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas "chelsea girls". Sua aparência era adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados. Catherine Deneuve também encarnava o estilo das "chelsea girls", assim como sua irmã, a também atriz Françoise Dorléac. Por outro lado, Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy, com cabelos compridos soltos rebeldes ou coque no alto da cabeça [muito imitado pelas mulheres].

Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.

A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o logotipo de margarida, sua marca registrada.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

O estilo da "swinging London" culminou com a Biba, uma butique independente, frequentada por personalidades da época. Seu ar romântico retrô, aliado ao estilo camponês, florido e ingênuo de Laura Ashley, estavam em sintonia com o início do fenômeno hippie do final dos anos 60.

A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos início da década, pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador e até mesmo o terno de Mao.

No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. A palavra de ordem era "quero que vá tudo pro inferno".

Os avanços na medicina, as viagens espaciais, o Concorde que viaja em velocidade superior à do som, são exemplos de uma era de grande desenvolvimento tecnológico que transmitia uma imagem de modernidade. Essa imagem influenciou não só a moda, mas também o design e a arte que passaria a ter um aspecto mais popular e fugaz.

Nesse contexto, nenhum movimento artístico causou maior impacto do que a Arte Pop. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram irreverência e ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe. A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] também fez parte dessa época e estava presente em estampas de tecidos.
No ritmo de todas as mudanças dos anos 60, o cinema europeu ganhava força com a nouvelle vague do cinema francês ["Acossado", de Jean-Luc Godard, se tornaria um clássico do movimento], ao lado do neo-realismo do cinema italiano, que influenciaram o surgimento, no início da década, do cinema novo [que teve Glauber Rocha como um dos seus iniciadores] no Brasil, ao contestar as caras produções da época e destacar a importância do autor, ao contrário dos estúdios de Hollywood.
No final dos anos 60, de Londres, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), região portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo e também por isso, berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, através do poder da flor [flower power], do negro [black power], do gay [gay power] e da liberação da mulher [women's lib]. Manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens em diversas partes do mundo.
A esse conjunto de manifestações que surgiram em diversos países deu-se o nome de contracultura. Uma busca por um outro tipo de vida, underground, à margem do sistema oficial. Faziam parte desse novo comportamento, cabelos longos, roupas coloridas, misticismo oriental, música e drogas.
No Brasil, o grupo "Os Mutantes", formado por Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Batista, seguiam o caminho da contracultura e afastavam-se da ostentação do vestuário da jovem guarda, em busca de uma viagem psicodélica.
A moda passou a ser as roupas antes reservadas às classes operárias e camponesas, como os jeans americanos, o básico da moda de rua. Nas butiques chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsch, retrô e pop.
Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade, seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os costumes, a moral e a estética.
No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato Institucional nº 5.
Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.
Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969, e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.

Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e se manteve como base para a maioria das criações desse período. Apesar de tudo indicar que a moda seguiria o caminho da simplicidade e praticidade, acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.
E foi o mesmo Christian Dior quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação de novas tendências que foram surgindo quase a cada estação.

Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de grande importância. O clima era de sofisticação e era tempo de cuidar da aparência.
A maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de lançamentos de produtos para os olhos, um verdadeiro arsenal composto por sombras, rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, além do indispensável delineador. A maquiagem realçava a intensidade dos lábios e a palidez da pele, que devia ser perfeita.
Grandes empresas, como a Revlon, Helena Rubinstein, Elizabeth Arden e Estée Lauder, gastavam muito em publicidade, era a explosão dos cosméticos. Na Europa, surgiram a Biotherm, em 1952 e a Clarins, em 1954, lançando produtos feitos a base de plantas, que se tornaria uma tendência a partir daí.
Era também o auge das tintas para cabelos, que passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres - antes eram 500 -, e das loções alisadoras e fixadoras.
Os penteados podiam ser coques ou rabos-de-cavalo, como os de Brigitte Bardot. Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina.

Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50, o das ingênuas chiques, encarnado por Grace Kelly e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela naturalidade e jovialidade e o estilo sensual e fatal, como o das atrizes Rita Hayworth e Ava Gardner, como também o das pin-ups americanas, loiras e com seios fartos.
Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma mistura dos dois estilos, a devastadora combinação de ingenuidade e sensualidade.
As pioneiras das atuais top models surgiram através das lentes dos fotógrafos de moda, entre eles, Richard Avedon, Irving Penn e Willian Klein, que fotografavam para as maisons e para as revistas de moda, como a Elle e a Vogue.

Durante os anos 50, a alta-costura viveu o seu apogeu. Nomes importantes da criação de moda, como o espanhol Cristobal Balenciaga - considerado o grande mestre da alta-costura -, Hubert de Givenchy, Pierre Balmain, Chanel, Madame Grès, Nina Ricci e o próprio Christian Dior, transformaram essa época na mais glamourosa e sofisticada de todas.
A partir de 1950, uma forma de difusão da alta-costura parisiense tornou-se possível com a criação de um grupo chamado "Costureiros Associados", do qual faziam parte famosas maisons, como a de Jacques Fath, Jeanne Paquin, Robert Piguet e Jean Dessès. Esse grupo havia se unido a sete profissionais da moda de confecção para editar, cada um, sete modelos a cada estação, para que fossem distribuídos para algumas lojas selecionadas.

Assim, em 1955, a grife "Jean Dessès-Diffusion" começou a fabricar tecidos em série para determinadas lojas da França e da África do Norte.
O grande destaque na criação de sapatos foi o francês Roger Vivier. Ele criou o salto-agulha, em 1954 e, em 1959 o salto-choque, encurvado para dentro, além do bico chato e quadrado, entre muitos outros. Vivier trabalhou com Dior e criou vários modelos para os desfiles dos grandes estilistas da época.
Em 1954, Chanel reabriu sua maison em Paris, que esteve fechada durante a guerra. Aos 70 anos de idade, ela criou algumas peças que se tornariam inconfundíveis, como o famoso tailleur com guarnições trançadas, a famosa bolsa a tiracolo em matelassê e o escarpin bege com ponta escura.

Ao lado do sucesso da alta-costura parisiense, os Estados Unidos estavam avançando na direção do ready-to-wear e da confecção. A indústria norte-americana desse setor estava cada vez mais forte, com as técnicas de produção em massa cada vez mais bem desenvolvidas e especializadas.
Na Inglaterra, empresas como Jaeger, Susan Small e Dereta produziam roupas prêt-à-porter sofisticadas. Na Itália, Emilio Pucci produzia peças separadas em cores fortes e estampadas que faziam sucesso tanto na Europa como nos EUA.
Na França, Jacques Fath foi um dos primeiros a se voltar ao prêt-à-porter, ainda em 1948, mas era inevitável que os outros estilistas começassem a acompanhar essa nova tendência a medida que a alta-costura começava a perder terreno, já no final dos anos 50.
Nessa época, pela primeira vez, as pessoas comuns puderam ter acesso às criações da moda sintonizada com as tendências do momento.
Em 1955, as revistas Elle e Vogue dedicaram várias páginas de sua publicação às coleções de prêt-à-porter, o que sinalizava que algo estava se transformando no mundo da moda.
Uma preocupação dos estilistas era a diversificação dos produtos, através do sistema de licenças, que estava revolucionando a estratégia econômica das marcas. Assim, alguns itens se tornaram símbolos do que havia de mais chique, como o lenço de seda Hermès, que Audrey Hepburn usava, o perfume Chanel Nº 5, preferido de Marilyn Monroe e o batom Coronation Pink, lançado por Helena Rubinstein para a coroação da rainha da Inglaterra.
Dentro do grande número de perfumes lançados nos anos 50, muitos constituem ainda hoje os principais produtos em que se apóiam algumas maisons, cuja sobrevivência muitas vezes é assegurada por eles.

A Guerra Fria, travada entre os Estados Unidos e a então União Soviética ficou marcada, durante os anos 50, pelo início da corrida espacial, uma verdadeira competição entre os dois países pela liderança na exploração do espaço.
A ficção científica e todos os temas espaciais passaram a ser associados a modernidade e foram muito usados. Até os carros americanos ganharam um visual inspirado em foguetes. Eles eram grandes, baixos e compridos, além de luxuosos e confortáveis.
Os Estados Unidos estavam vivendo um momento de prosperidade e confiança, já que haviam se transformado em fiadores econômicos e políticos do mundo ocidental após a vitória dos aliados na guerra. Isso fez surgir, durante esse período, uma juventude abastada e consumista, que vivia com o conforto que a modernidade lhes oferecia.
Melhores condições de habitação, desenvolvimento das comunicações, a busca pelo novo, pelo conforto e consumo são algumas das características dessa época.
A televisão se popularizou e permitia que as pessoas assistissem aos acontecimentos que cercavam os ricos e famosos, que viviam de luxo, prazer e elegância, como o casamento da atriz Grace Kelly com o príncipe Rainier de Mônaco.
A tradição e os valores conservadores estavam de volta. As pessoas casavam cedo e tinham filhos. Nesse contexto, a mulher dos anos 50, além de bela e bem cuidada, devia ser boa dona-de-casa, esposa e mãe. Vários aparelhos eletrodomésticos foram criados para ajudá-la nessa tarefa difícil, como o aspirador de pó e a máquina de lavar roupas.
Em contraposição ao estilo norte-americano de obsolescência planejada, ao criarem produtos pouco duráveis, na Europa ressurgiu, especialmente na Alemanha, o estilo modernista da Bauhaus, com o objetivo de fabricar bens duráveis, com um design voltado a funcionalidade e ao futuro, refletindo a vida moderna. Vários equipamentos, como rádios, televisores e máquinas, foram criados seguindo a fórmula de linhas simples, durabilidade e equilíbrio.

Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans.
O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme "Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde Chamado Desejo" (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude.
Já na Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardiano, mas com um componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos, além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys".
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a ser formar um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60.

HISTORIA DA MODA - DECADA DE 50


ANOS 50

A ELEGÂNCIA CHEGA ÀS RUAS

Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e se manteve como base para a maioria das criações desse período. Apesar de tudo indicar que a moda seguiria o caminho da simplicidade e praticidade, acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.
E foi o mesmo Christian Dior quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação de novas tendências que foram surgindo quase a cada estação.

Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de grande importância. O clima era de sofisticação e era tempo de cuidar da aparência.
A maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de lançamentos de produtos para os olhos, um verdadeiro arsenal composto por sombras, rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, além do indispensável delineador. A maquiagem realçava a intensidade dos lábios e a palidez da pele, que devia ser perfeita.
Grandes empresas, como a Revlon, Helena Rubinstein, Elizabeth Arden e Estée Lauder, gastavam muito em publicidade, era a explosão dos cosméticos. Na Europa, surgiram a Biotherm, em 1952 e a Clarins, em 1954, lançando produtos feitos a base de plantas, que se tornaria uma tendência a partir daí.
Era também o auge das tintas para cabelos, que passaram a fazer parte da vida de dois milhões de mulheres - antes eram 500 -, e das loções alisadoras e fixadoras.
Os penteados podiam ser coques ou rabos-de-cavalo, como os de Brigitte Bardot. Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina.

Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50, o das ingênuas chiques, encarnado por Grace KellyRita Hayworth e Ava Gardner, como também o das pin-ups americanas, loiras e com seios fartos.
Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma mistura dos dois estilos, a devastadora combinação de ingenuidade e sensualidade.
As pioneiras das atuais top models surgiram através das lentes dos fotógrafos de moda, entre eles, Richard Avedon, Irving Penn e Willian Klein, que fotografavam para as maisons e para as revistas de moda, como a Elle e a Vogue.

Durante os anos 50, a alta-costura viveu o seu apogeu. Nomes importantes da criação de moda, como o espanhol Cristobal Balenciaga - considerado o grande mestre da alta-costura -, Hubert de Givenchy, Pierre Balmain, Chanel, Madame Grès, Nina Ricci e o próprio Christian Dior, transformaram essa época na mais glamourosa e sofisticada de todas.
A partir de 1950, uma forma de difusão da alta-costura parisiense tornou-se possível com a criação de um grupo chamado "Costureiros Associados", do qual faziam parte famosas maisons, como a de Jacques Fath, Jeanne Paquin, Robert Piguet e Jean Dessès. Esse grupo havia se unido a sete profissionais da moda de confecção para editar, cada um, sete modelos a cada estação, para que fossem distribuídos para algumas lojas selecionadas.

Assim, em 1955, a grife "Jean Dessès-Diffusion" começou a fabricar tecidos em série para determinadas lojas da França e da África do Norte.
O grande destaque na criação de sapatos foi o francês Roger Vivier. Ele criou o salto-agulha, em 1954 e, em 1959 o salto-choque, encurvado para dentro, além do bico chato e quadrado, entre muitos outros. Vivier trabalhou com Dior e criou vários modelos para os desfiles dos grandes estilistas da época.
Em 1954, Chanel reabriu sua maison em Paris, que esteve fechada durante a guerra. Aos 70 anos de idade, ela criou algumas peças que se tornariam inconfundíveis, como o famoso tailleur com guarnições trançadas, a famosa bolsa a tiracolo em matelassê e o escarpin bege com ponta escura.

Ao lado do sucesso da alta-costura parisiense, os Estados Unidos estavam avançando na direção do ready-to-wear e da confecção. A indústria norte-americana desse setor estava cada vez mais forte, com as técnicas de produção em massa cada vez mais bem desenvolvidas e especializadas.
Na Inglaterra, empresas como Jaeger, Susan Small e Dereta produziam roupas prêt-à-porter sofisticadas. Na Itália, Emilio Pucci produzia peças separadas em cores fortes e estampadas que faziam sucesso tanto na Europa como nos EUA.
Na França, Jacques Fath foi um dos primeiros a se voltar ao prêt-à-porter, ainda em 1948, mas era inevitável que os outros estilistas começassem a acompanhar essa nova tendência a medida que a alta-costura começava a perder terreno, já no final dos anos 50.
Nessa época, pela primeira vez, as pessoas comuns puderam ter acesso às criações da moda sintonizada com as tendências do momento.
Em 1955, as revistas Elle e Vogue dedicaram várias páginas de sua publicação às coleções de prêt-à-porter, o que sinalizava que algo estava se transformando no mundo da moda.
Uma preocupação dos estilistas era a diversificação dos produtos, através do sistema de licenças, que estava revolucionando a estratégia econômica das marcas. Assim, alguns itens se tornaram símbolos do que havia de mais chique, como o lenço de seda Hermès, que Audrey Hepburn usava, o perfume Chanel Nº 5, preferido de Marilyn Monroe e o batom Coronation Pink, lançado por Helena Rubinstein para a coroação da rainha da Inglaterra.
Dentro do grande número de perfumes lançados nos anos 50, muitos constituem ainda hoje os principais produtos em que se apóiam algumas maisons, cuja sobrevivência muitas vezes é assegurada por eles.

A Guerra Fria, travada entre os Estados Unidos e a então União Soviética ficou marcada, durante os anos 50, pelo início da corrida espacial, uma verdadeira competição entre os dois países pela liderança na exploração do espaço.
A ficção científica e todos os temas espaciais passaram a ser associados a modernidade e foram muito usados. Até os carros americanos ganharam um visual inspirado em foguetes. Eles eram grandes, baixos e compridos, além de luxuosos e confortáveis.
Os Estados Unidos estavam vivendo um momento de prosperidade e confiança, já que haviam se transformado em fiadores econômicos e políticos do mundo ocidental após a vitória dos aliados na guerra. Isso fez surgir, durante esse período, uma juventude abastada e consumista, que vivia com o conforto que a modernidade lhes oferecia.
Melhores condições de habitação, desenvolvimento das comunicações, a busca pelo novo, pelo conforto e consumo são algumas das características dessa época.
A televisão se popularizou e permitia que as pessoas assistissem aos acontecimentos que cercavam os ricos e famosos, que viviam de luxo, prazer e elegância, como o casamento da atriz Grace Kelly com o príncipe Rainier de Mônaco.
A tradição e os valores conservadores estavam de volta. As pessoas casavam cedo e tinham filhos. Nesse contexto, a mulher dos anos 50, além de bela e bem cuidada, devia ser boa dona-de-casa, esposa e mãe. Vários aparelhos eletrodomésticos foram criados para ajudá-la nessa tarefa difícil, como o aspirador de pó e a máquina de lavar roupas.
Em contraposição ao estilo norte-americano de obsolescência planejada, ao criarem produtos pouco duráveis, na Europa ressurgiu, especialmente na Alemanha, o estilo modernista da Bauhaus, com o objetivo de fabricar bens duráveis, com um design voltado a funcionalidade e ao futuro, refletindo a vida moderna. Vários equipamentos, como rádios, televisores e máquinas, foram criados seguindo a fórmula de linhas simples, durabilidade e equilíbrio.
e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela naturalidade e jovialidade e o estilo sensual e fatal, como o das atrizes

Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans.
O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme "Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde Chamado Desejo" (1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude.
Já na Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardiano, mas com um componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos, além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys".
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse cenário, começava a ser formar um mercado com um grande potencial, o da moda jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60.